Muitas pessoas estão empenhadas em aderir no cotidiano à prática dietética vegetariana, seja, por razões éticas, ambiental, cultural ou religiosa. A maioria dos adultos que se torna vegetariano, busca uma alimentação mais saudável com foco na qualidade de vida, e em menor número, considera razões econômicas primordiais. Existe ainda um grupo de pessoas que afirma realizar em alguns dias da semana refeições sem carne, mostrando um interesse ao vegetarianismo, como é o caso da campanha promovida pela Sociedade Vegetariana Brasileira “Segunda sem carne”. O objetivo é a conscientização das pessoas sobre os impactos do consumo de produtos de origem animal na alimentação, convidando-as a descobrir novos sabores ao substituir a proteína animal pela vegetal ao menos uma vez na semana.

A cada dia nos grandes centros urbanos, no litoral e interior de cidades, vem crescendo a abertura de comércios voltados ao público vegetariano. Restaurantes apresentam opções para os adeptos, serviços de bordo em empresas de aviação nacionais e internacionais exibem cardápios alternativos. Em relação à nutrição, o interesse profissional acerca do assunto vem modificando-se a partir da constatação de que esse tipo de prática dietética pode trazer repercussões positivas em doenças típicas do estilo de vida, como obesidade, diabetes mellitus, hiperlipidemia (aumento de gorduras no sangue), hipertensão (pressão alta), doenças cardiovasculares (doenças do coração) e câncer. Há evidências científicas e epidemiológicas sugerindo que o estilo de vida do adepto vegetariano reduz o risco de diversas doenças.

Dietas vegetarianas oferecem muitas vantagens, incluindo níveis mais baixos de gorduras saturadas, colesterol e níveis mais elevados de carboidratos complexos, fibras, magnésio, boro, folato, antioxidantes, como vitamina C e E, carotenoídes e fitoquímicos. Entretanto, pode haver deficiência em vitamina B12, vitamina D, cálcio, ferro, zinco e ocasionalmente riboflavina. Vegetarianos necessitam, portanto, de planejamento adequado e seleção apropriada dos alimentos que deverão constituir sua dieta habitual. O nutricionista é o profissional habilitado para adequar o cardápio do vegetariano, suprindo a necessidade dos macronutrientes (carboidratos, proteínas, gorduras) e micronutrientes (vitaminas e minerais).

Algumas recomendações:

  • Garantir a variedade na dieta, especialmente de alimentos com elevada densidade de micronutrientes;
  • Incluir variedade de leguminosas, inclusive em forma de brotos;
  • Incluir o consumo de alimentos fermentados à base de soja;
  • Enfatizar o consumo de frutas frescas e de vegetais folhosos verdes escuros;
  • Evitar o consumo de leguminosas (feijões) juntamente com alimentos ricos em cálcio (leite e seus derivados) na mesma refeição;
  • Evitar consumir alimentos ricos em cálcio e ferro na mesma refeição;
  • Enfatizar o consumo de alimentos ricos em vitamina C junto com as refeições;
  • Procure um nutricionista para auxiliá-lo no melhor plano alimentar adequado ao seu perfil de saúde.