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O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, pretende fundir o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama) e o Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio) num só órgão. Segundo o Estadão apurou o ministro deu o prazo de 60 dias para um grupo formado por servidores dos institutos e do MMA estudar o plano de fusão. “Essa fusão em estudo pode trazer melhorias e ganhos operacionais de eficiência ao trabalho”, disse o ministro que quer “passar a boiada” à Veja. O histórico de quase dois anos à frente da pasta alerta que a medida pode ser mais um retrocesso.

Ao longo do primeiro ano do governo, Salles esvaziou o Ibama, deixando cargos em aberto, diminuindo o número de fiscais e nomeou pessoas sem perfil de fiscalização para atuar no órgão. Rene Luiz de Oliveira, que comandava a Coordenação Geral de Fiscalização Ambiental do Ibama e foi exonerado, contou em detalhes as pressões do governo Bolsonaro para desmontar a fiscalização ambiental ao Ministério Público Federal.

O resultado: o número de multas aplicadas pelo Ibama em 2019 é o menor em 15 anos, segundo relatório do Observatório do Clima. Além disso, o presidente que se elegeu dizendo que ia acabar com a indústria da multa, está abrindo mão de receber um valor de R$ 59,3 bilhões, que seria suficiente para sustentar o Ministério do Meio Ambiente inteiro por 21 anos, segundo o The Intercept.

O ICMBio é o órgão federal responsável pelas unidades de conservação federal e foi criado em 2007, tem em seu nome uma homenagem a Francisco Alves Mendes Filho, o Chico Mendes, um dos maiores defensores da Amazônia. Nesta semana, o governo federal nomeou o coronel da Polícia Militar Fernando Cesar Lorencini para o cargo de presidente do instituto.
Coronel da Polícia Militar do Estado de São Paulo, Lorencini chegou ao órgão em maio do ano passado, já foi chefe de gabinete e secretário adjunto da Secretaria Municipal de Segurança Urbana da cidade de São Paulo e é a favor da privatização dos parques nacionais hoje administrados 100% pelo ICMBio.

Jornalista, vegetariana desde criança quando descobriu que carnes, na verdade, eram animais mortos. Cresceu ouvindo as perguntas "mas o que você come" e "como você substitui". Hoje fica muito feliz com o crescimento do veganismo. É editora do Portal Veg.