(Foto: Divulgação/Instagram)

Num mundo conectado e em plena pandemia é cada vez maior o tempo que passamos conectados com o smartphone nas mãoes. Você já imaginou ficar um tempo sem celular? Pois a atriz e cantora Manu Gavassi conseguiu. “Meu celular caiu no mar no dia do meu aniversário e entendi como um presente dos céus. Fiquei um mês (maravilhoso diga-se de passagem) e alguns dias sem celular, me comunicando com o mundo por e-mail”, escreveu ela em sua conta no Instagram com mais de 15 milhões de seguidores.

Segundo Manu, não se trata de querer “viver em outro mundo, ignorando ferramentas que nos ajudam a espalhar nossa mensagem e receber amor de tanta gente especial”. Mas, diz ela, “precisamos encontrar um equilíbrio dessa vida cheia de ‘interferências’ de informações o tempo inteiro”.

“O nosso trabalho (que depende muito da criatividade no meu caso) não é o mesmo com tanta interferência 24h por dia, nossas referências de aparência e autoestima também não… Nossa capacidade de esperar e respirar antes de reagir a algo também não. Nossa capacidade de dedicar tempo a atividades que amamos também não. Nossas relações, muitas vezes rasas pelo tão fácil acesso, também não. Sem falar que usamos a capacidade quase total do nosso amado cérebro pra armazenar coisas tipo fofocas de pessoas que nem conhecemos, o que é até legal de vez em quando considerando que fofocar nos diferencia dos outros animais (de acordo com um terço de ‘Sapiens’ que li) mas será que nessa intensidade?”, questiona.

Para a influenciadora, “é impossível ser feliz, saudável e ainda dar conta de estar na sua melhor forma pra trabalhar, criar e atingir seu propósito quando estamos dependentes dessa maneira de redes que junto com coisas maravilhosas trazem também consequências tão sérias a nossa saúde mental”.

O saldo do tempo desconectada é, de acordo com Manu, estar “mais tranquila, com outra consciência e encontrando outra maneira de usar isso aqui [Instagram] sem me tornar refém. Minha comunicação por e-mail segue firme e forte”.

Brasil é o terceiro país em número de horas no celular

Estudo da consultoria App Annie as pessoas passaram 3 horas e 40 minutos, em média, utilizando aplicativos (também conhecidos como apps) em 2019. O Brasil ficou na terceira colocação no ranking dos países em termos de tempo gasto em apps, levemente acima da média, com 3 horas e 45 minutos.

No Brasil há até um órgão especializado em detox digital, o Instituto Delete, que presta atendimento gratuito e fica dentro da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

“A dependência digital não está diretamente relacionada ao tempo de conexão de uma pessoa aos seus dispositivos eletrônicos; mas sim ao nível de perda de controle na vida real, trazendo prejuízos nos campos profissional, familiar, afetiva ou social”, diz o instituto, que dá dicas para a desintoxicação digital (confira a seguir).

10 passos para a desintoxicação digital

  • Bom senso para que o uso das tecnologias não se torne abuso no cotidiano.
  • Fique atento às consequências físicas (privação de sono, dores na coluna, problemas de visão) e psicológicas (depressão, angústia, ansiedade) devido ao uso abusivo das tecnologias.
  • Dose o uso de tecnologias no cotidiano. Verifique se seu desempenho acadêmico, no trabalho, na família ou pessoal estão sendo prejudicados pelo uso abusivo das tecnologias.
  • Reflita sobre seus hábitos cotidianos e faça diferente.
  • Não troque atividades, compromissos ou encontros ao ar livre para ficar conectado às tecnologias.
  • Prefira uma vida social real à virtual. Escolha relacionamentos e amizades reais ao invés de virtuais.
  • Pratique exercícios físicos regularmente. Crie intervalos regulares durante o uso das tecnologias fazendo alongamentos.
  • Não abale o seu humor com publicações virtuais. Não acredite em tudo o que é postado e cuidado com o que você publica na internet.
  • Valorize suas relações pessoais, sociais e familiares. Não troque estas relações no dia a dia para ficar utilizando as tecnologias. 
  • Jogue o lixo eletrônico no local correto. Pense no meio ambiente, recicle os aparelhos fora de uso e evite a troca frequente sem necessidade.
Jornalista, vegetariana desde criança quando descobriu que carnes, na verdade, eram animais mortos. Cresceu ouvindo as perguntas "mas o que você come" e "como você substitui". Hoje fica muito feliz com o crescimento do veganismo. É editora do Portal Veg.