Um estudo publicado pela Universidade de Cambridge, na Inglaterra, comprovou que o aumento da quantidade de opções vegetarianas oferecidas em restaurantes diminui o consumo de carne por parte dos clientes.

A pesquisa foi realizada em três faculdades da universidade e analisou mais de 94 mil escolhas de refeição. A principal conclusão foi de que dobrar a quantidade de opções vegetarianas ou veganas reduz o consumo de pratos com carne em até 80%. A situação analisada foi a mudança de um para dois entre as quatro opções oferecidas nos restaurantes universitários. Em termos de vendas, o estudo concluiu que dobrar as opções aumentaram a participação de pratos vegetarianos nas vendas em quase 15%. O período avaliado incluiu desde dias sem o oferecimento de nenhum prato vegetariano até outros em que opções vegetarianas abrangiam 75% dos pratos.

O estudo também avaliou a incidência do “rebound effect”, quando as pessoas compensam o baixo consumo de carne no almoço aumentando a quantidade de proteína animal consumida no jantar. As evidências encontradas em relação a essa tendência foram poucas. “Nós descobrimos que mudar a disponibilidade relativa de opções vegetarianas tem impacto maior sobre as pessoas que normalmente comem mais carne”, afirmou o cientista co-autor do artigo Andrew Balmford, ao MailOnline.

A pesquisadora Emma Garnett, organizadora do estudo, declarou, também ao MailOnline, que “substituir carne ou peixe por mais opções vegetarianas pode parecer óbvio, mas ninguém havia testado antes”. Segundo ela, soluções óbvias nem sempre funcionam, mas parece que nesse caso, sim.

Outra autora do artigo, a especialista em comportamento e saúde Theresa Marteau, explicou que outras medidas podem ser ineficazes na influência sobre mudanças nas dietas das pessoas. Ela disse que a educação é importante, mas não reflete muito em modificações concretas. Instituir impostos sobre a carne, por outro lado, é uma ideia muito impopular. “Alterar a disponibilidade de opções é mais aceitável, e oferece uma maneira poderosa de influenciar a saúde e sustentabilidade nas nossas dietas”, afirmou.