Foto: Reprodução

Organizações filiadas à Aliança pela Alimentação Adequada e Saudável lançaram um manifesto na última quinta-feira (17) contra a inclusão de alimentos ultraprocessados no Guia Alimentar para a População Brasileira. Protesto vem após a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, pedir que o guia passe a incluir bolachas, refrigerantes, salgadinhos e macarrão instantâneo como alimentos recomendados pelo Ministério da Saúde.

“Sistemas alimentares devem ter como objetivo primeiro e único a saúde das pessoas e do planeta”, diz o manifesto. “É preciso garantir o direito da população à informação de qualidade, livre de conflitos de interesses comerciais e privados, baseada em evidências científicas e comprometida com o direito à saúde, à alimentação e à vida”, completa. A informação é da Rede Brasil Atual.

Além das organizações que compõem a Aliança pela Alimentação Adequada e Saudável, também assinam o manifesto a Associação Brasileira de Nutrição (Asbran); a Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco); o Conselho Federal de Nutricionistas (CFN); o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec); a Rede Internacional em Defesa do Direito de Amamentar (IBFAN-Brasil) e a Aliança de Controle do Tabagismo (ACT-Promoção da Saúde).

O Guia Alimentar foi publicado em 2014, durante o governo de Dilma Rousseff, e oferece informações sobre alimentação e saúde com base em uma classificação que divide os alimentos de acordo com o nível de processamento, além de alertar sobre doenças como obesidade e diabetes.

Em nota enviada ao Ministério da Saúde, a ministra Tereza Cristina critica a classificação contra ultraprocessados e alimentos de origem animal, chamando-a de “confusa, incoerente, que impede ampliar a autonomia das escolhas alimentares”. “A recomendação mais forte nesse momento é a imediata retirada das menções a classificação NOVA no atual guia alimentar e das menções equivocadas, preconceituosas e pseudocientíficas sobre os produtos de origem animal”, diz trecho do documento da pasta.

Jornalista e estudante de Ciências Sociais na FFLCH-USP. Vegetariana desde os 16 anos. Acredita que a vida sem crueldade animal é muito mais ética, sustentável e saudável. É subeditora do Portal Veg.