Foto: Mayke Toscano/Secom MT/Agência Brasil

Polícia Federal realizou nesta segunda-feira (14) uma operação com dez mandados de busca e apreensão nas cidades de Corumbá e Campo Grande, no Mato Grosso Sul, com o objetivo de descobrir os responsáveis pelas queimadas no Pantanal Sul, que já atingiram uma área superior a nove cidades de São Paulo.

Segundo informações de Jéssica Moura e Leandro Prazeres, do O Globo, a Operação Matáá – “fogo” no idioma guató – atinge cinco fazendeiros da região. A suspeita é que os proprietários rurais realizaram queimadas em uma espécie de “Dia do Fogo”. A PF vai analisar mensagens trocadas entre ruralistas para averiguar essa questão.

“Elas ficam em áreas inóspitas que, de outra forma, dificilmente pegariam fogo. Os indícios apontam que esse fogo pode ter sido intencional”, disse o chefe da delegacia da PF em Corumbá, Alan Nascimento. Durante a deflagração foi realizada perícia nas áreas afetadas e oitivas dos envolvidos.

A PF afirma que “por meio da análise de imagens de satélites e o sobrevoo das áreas, a Polícia Federal conseguiu identificar o início e a evolução diária dos focos de queimadas da região”. “O dano ambiental apurado supera mais de 25 mil hectares do bioma pantaneiro, atingindo Áreas de Preservação Permanentes e os limites do Parque Nacional do Pantanal Mato- grossense e da Serra do Amolar”, afirma a corporação, em nota.

Os responsáveis podem responder por crimes de dano a floresta de preservação permanente (Art. 38, da Lei no 9.605/98), dano direto e indireto a Unidades de Conservação (Art. 40, da Lei no 9.605/98), incêndio (Art. 41, da Lei no 9.605/98) e poluição (Art. 54, da Lei no 9.605/98), cujas penas somadas podem ultrapassar 15 anos de prisão.

Ação humana

No Pantanal, 90% dos incêndios são provocados propositalmente pelo homem. O fogo é usado para abrir novas áreas de cultivo e limpar pastos tanto por grandes fazendeiros quanto por povos indígenas e pequenos produtores rurais. A estimativa é do secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar do Mato Grosso do Sul, Jaime Verruck, em declaração feita em novembro de 2019.

Na época, o bioma também registrava altos índices de queimada, especialmente no Parque Estadual do Rio Negro (MS), berçário das espécies de peixes pantaneiras.

Com informações da Polícia Federal e do O Globo